CAPÍTULO: A PAZ ENTRE IRMÃOS E A CURA DAS RIVALIDADES
A família é escola de amor, mas também palco de feridas. Tornar-se adulto significa perdoar o passado, assumir a própria vida e recusar a herança de Caim: a inveja e a disputa.
1. DA FONTE DAS BOAS MANEIRAS
A rivalidade entre irmãos é tão antiga quanto a humanidade (Caim e Abel, José e seus irmãos), mas em Cristo somos chamados a uma nova linhagem. A fonte da paz familiar é a consciência da nossa Filiação Divina: somos filhos de Deus antes de sermos filhos de nossos pais humanos.
Isso nos liberta. Não precisamos mendigar a aprovação dos pais nem disputar migalhas de afeto com os irmãos. A cura das memórias se faz pelo perdão, que é um mandamento divino, não uma opção sentimental. Quem perdoa, quebra a corrente do mal e inaugura uma "nova família" baseada na caridade e não no sangue ferido.
2. DAS VIRTUDES CORRELATAS
Misericórdia: A virtude de ter um coração compadecido pelas misérias alheias (inclusive as dos pais e irmãos), perdoando as ofensas passadas para não carregar o peso morto do ressentimento.
Magnanimidade: A grandeza de alma para estar acima de intrigas pequenas, fofocas e disputas infantis por atenção.
Fortaleza (Maturidade): A coragem de assumir a própria vida, sem usar o passado difícil ou a falta de recursos como "muleta" para o fracasso ou para a autopiedade.
Prudência: Saber discernir a distância saudável necessária para manter a paz com parentes difíceis.
3. DAS REGRAS DE BOAS MANEIRAS
3.1. A Postura do Adulto (Superação Pessoal)
Assumir a Própria História: O adulto saudável honra seu passado, mas constrói seu futuro. Em vez de culpar a criação ou o temperamento dos pais pelas dificuldades atuais, busque a superação. Aprimore-se humana e profissionalmente para honrar a Deus. Transforme as limitações de ontem em degraus para a virtude de hoje.
Autonomia e Competência: A convivência se torna leve quando cada um carrega sua própria cruz. Evite ser o familiar que sempre depende dos outros para resolver problemas burocráticos, financeiros ou domésticos (a "eterna criança"). Buscar competência para gerir a própria vida — e até a própria toalha molhada que você constuma deixar para que outros recolham — é uma forma concreta de amar a família, por não ser oneroso aos demais.
3.2. O Perdão e os Limites (Convivência)
Perdão vs. Convivência: O perdão é uma obrigação cristã e liberta a alma; a convivência íntima, porém, é opcional e requer prudência. Com parentes que causam desgaste constante ou possuem valores muito divergentes, mantenha uma relação educada, cordial e orante, mas preserve a intimidade do seu lar e a tranquilidade do seu coração. Aos mais queridos, dedique mais tempo; aos difíceis, dedique mais orações e cortesia protocolar.
A "Borracha" do Perdão: Diante de ofensas antigas, use o remédio do perdão. "Passar a borracha" significa escolher não remoer a mágoa. O mal rememorado continua destruindo; o bem construído no presente cura.
3.3. A Ética da Fraternidade (Sem Intrigas)
Lealdade e Discrição: Evite a todo custo a fofoca ou a formação de "partidos" dentro da família. Levar queixas dos irmãos para os pais, buscando prevalecer na disputa pelo afeto deles, é uma atitude infantil que envenena o lar. Olhe para seus irmãos com lealdade, aceitando suas diferenças e apoiando suas conquistas sem inveja.
Expandir o Coração: As famílias crescem e mudam. Acolha os novos membros (cunhados, sobrinhos) com generosidade, sem esperar que tudo "continue como antes". Alimentar laços saudáveis e elevar os mais jovens pelo bom exemplo é o legado mais bonito que se pode deixar.
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