Democracia
- Do grego demos, "povo", e kratos, "autoridade”.
- Portanto, o poder de governar emana do mandato popular e não das armas, por exemplo.
- Democracia é o governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus representantes livremente eleitos.
Governo da maioria, direitos da minoria
- Governo da maioria é um meio para organizar o governo e decidir sobre assuntos públicos; não é via para a opressão.
- Assim como um grupo não tem o direito de oprimir os outros, também nenhuma maioria, mesmo numa democracia, deve tirar os direitos e as liberdades fundamentais de um grupo minoritário ou de um indivíduo.
Direitos Humanos
- Todos os seres humanos nascem com direitos inalienáveis. Estes direitos capacitam as pessoas a buscarem uma vida digna — sendo assim, nenhum governo pode conferi-los, mas todos os governos devem protegê-los.
- Os direitos humanos são interdependentes e indivisíveis; englobam inúmeras facetas da existência humana, incluindo questões sociais, políticas e econômicas.
- Os governos devem criar leis que protejam os direitos humanos.
- Estar livre da prisão arbitrária, detenção e tortura — quer a pessoa seja um opositor ao partido no poder, pertença a uma minoria étnica ou seja um criminoso comum — é um direito humano fundamental.
- Uma força policial profissional respeita todos os cidadãos enquanto faz com que sejam cumpridas as leis do país. ( Sugestão de leitura: A Segurança que Nos Assusta)
Estado de Direito
- Estado de Direito significa que nenhum indivíduo, presidente ou cidadão comum, está acima da lei.
- Os governos democráticos exercem a autoridade por meio da lei e estão eles próprios sujeitos aos limites impostos pela lei.
- As leis devem expressar a vontade do povo, não os caprichos de reis, ditadores, militares, líderes religiosos ou partidos políticos auto-nomeados.
- Os cidadãos nas democracias estão dispostos a obedecer às leis da sua sociedade porque estas são as suas próprias regras e regulamentos.
Responsabilidade do Cidadão
- Os cidadãos democráticos reconhecem que não têm apenas direitos, têm também deveres.
- Para que a democracia seja bem-sucedida, os cidadãos têm que ser ativos: o sucesso ou o fracasso do governo é responsabilidade do povo.
- O cidadão democrático adere a sindicatos, grupos comunitários, associações empresariais, faz parte de organizações voluntárias privadas — que se dedicam à religião, cultura étnica, estudos, esportes, artes, literatura, melhoramento do bairro, intercâmbio internacional de estudantes, etc. — porque todos estes grupos, independentemente da sua proximidade com o governo, contribuem para a riqueza e a saúde da democracia.
Imprensa Livre e Liberdade de Expressão
- Uma imprensa livre informa o público, responsabiliza os dirigentes e proporciona um fórum para o debate das questões locais e nacionais.
- A imprensa não deve estar sujeita à censura prévia ou corrompida por interesses de classe ou mercadológicos.
- A liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões públicas, é o suporte vital de qualquer democracia.
- A democracia depende de uma sociedade civil educada e bem informada cujo acesso à informação lhe permite participar tão plenamente quanto possível na vida pública e criticar políticas insensatas e tirânicas.
- O princípio da liberdade de expressão deve ser protegido pela Constituição.
Constitucionalismo e Federalismo
- Uma constituição escrita contém as leis mais importantes segundo as quais os cidadãos de um país concordam viver e descreve a estrutura básica do governo, os mecanismos de exercício da autoridade e as regras para a aprovação de leis futuras.
- Todas as leis devem ser escritas de acordo com a Constituição.
- Um sistema federal de governo é o poder compartilhado em nível local, regional e nacional.
- O federalismo promove a responsabilidade do governo para com as pessoas, incentiva a participação dos cidadãos ao permitir que os governos locais elaborem e administrem leis locais.
Relações Civis-Militares
- Apenas os que são eleitos pelo povo têm a autoridade e a responsabilidade de decidir o destino de uma nação (guerra, segurança nacional, etc.).
- Os chefes militares executam as decisões dos representantes eleitos pelo povo.
- As forças armadas democráticas servem ao seu país e aos ideais democráticos e jamais podem dirigi-lo.
Partidos Políticos
- Para preservar e proteger os direitos e as liberdades individuais, um povo democrático deve trabalhar em conjunto para modelar o governo que escolher.
- E a maneira principal de fazer isso é através dos partidos políticos.
- O partido da maioria procura decretar leis sobre muitas políticas e programas diferentes.
- Os partidos de oposição são livres para criticar as ideias políticas do partido da maioria e apresentar as suas próprias propostas.
Poderes: Executivo
Os líderes democráticos não são nem ditadores eleitos nem "presidentes vitalícios". Cumprem mandatos por um período fixo e aceitam os resultados de eleições livres.
O Poder Executivo é geralmente limitado de três formas:
-
Por um sistema de controle que separa os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no governo nacional;
-
Pelo federalismo, que divide o poder entre o governo federal e os governos estaduais/locais;
-
E por garantias constitucionais dos direitos fundamentais.
Poderes: Legislativo
- Os representantes eleitos em uma democracia estão lá para servir ao povo.
- Os órgãos legislativos eleitos são o principal fórum para deliberar e aprovar leis em uma democracia representativa.
- Os parlamentares não se limitam a aprovar as decisões de um líder autoritário.
Poderes: Judiciário
- No Estado de Direito, um sistema de tribunais fortes e independentes deve ter o poder e a autoridade, os recursos e o prestígio para responsabilizar membros do governo e altos funcionários perante as leis e os regulamentos da nação.
- Isso não significa que os juízes podem tomar decisões com base em preferências pessoais, mas sim que são livres para tomarem decisões legais — mesmo que tais decisões contradigam o governo ou grupos poderosos envolvidos em um caso.
Recordando a História para Entender Melhor a Importância da Democracia
Golpe Militar e o Governo Castelo Branco (1964–1967)
- Ato Institucional n° 1 (9/04/1964):
- Cassação de mandatos legislativos;
- Suspensão de direitos políticos por dez anos;
- Demissões de servidores que tivessem “atentado” contra a segurança nacional ou o regime;
- Cerca de 3.500 pessoas foram punidas;
- Lei de Greve proibiu greves;
- Criação do SNI (Serviço Nacional de Informações).
- Prorrogação do mandato presidencial;
- Fim da política externa independente e alinhamento com os EUA;
- Ato Institucional n° 2 (1965):
- Eleição indireta para presidente;
- Extinção dos partidos políticos e criação de Arena e MDB;
- Aumento do número de ministros do STF (de 11 para 16);
- Presidente podia decretar estado de sítio por 180 dias sem o Congresso;
- Intervenção federal nos estados;
- Demissão de civis e militares “incompatíveis com a revolução”;
- Decretos-leis e atos complementares sobre segurança nacional;
- Eleições indiretas para governadores e prefeitos das capitais;
- Constituição de 1967.
Economia no Governo Castelo Branco
- Revogação da Lei de Remessa de Lucros (favorecendo capital estrangeiro);
- Controle de salários;
- Criação da correção monetária;
- Criação do FGTS (substituindo estabilidade no emprego);
- Criação do BNH (Banco Nacional de Habitação);
- Criação do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária e do Estatuto da Terra.
Governo Costa e Silva (1967–1969)
- Linha dura desconfiava da aproximação com os EUA e do favorecimento a capitais estrangeiros;
- Reação social: UNE, passeatas, apoio de Dom Hélder;
- 1968: morte do estudante Edson Luís → Passeata dos Cem Mil;
- Início da luta armada e greves em Contagem e Osasco;
- Movimento contracultural mundial de 1968;
- Decreto do Ato Institucional n° 5 (AI-5):
- Institucionalização da repressão;
- Fechamento do Congresso;
- Censura e perseguição.
- Repressão institucionalizada:
- Criação da OBAN (Operação Bandeirantes);
- DOI-CODI (órgãos de repressão e tortura).
Governo Médici (1969–1974)
- Período mais repressivo da ditadura – “Anos de Chumbo”;
- Propaganda nacionalista intensa;
- Derrota da luta armada;
- “Milagre Econômico Brasileiro”:
- Grandes obras faraônicas como a Transamazônica;
- Invasão de terras indígenas e degradação ambiental;
- Início do Processo de Abertura Política
Conjunto de medidas governamentais e pressão da sociedade que levaram à transição para a democracia.
Governo Ernesto Geisel (1974–1979)
- Grupos de repressão perderam o controle hierárquico:
- Oficiais de patentes menores tinham poder de vida e morte;
- Isso preocupava Geisel e Golbery do Couto e Silva.
- Início da política de “abertura lenta, gradual e segura”;
- Perseguições e torturas ainda continuavam.
- Pacote de Abril (1977);
- Oposição da sociedade civil e surgimento do novo sindicalismo;
- Pragmatismo responsável na política externa:
- Acordo Nuclear Brasil-Alemanha (alternativa à dependência dos EUA).
Governo Figueiredo (1979–1985)
- Greves operárias;
- Lei da Anistia;
- Reformulação dos partidos políticos;
- Resistência da direita à abertura;
- Eleições de 1982;
- Crise econômica;
- Campanha pelas Diretas Já;
- Eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral.
Nova República – Governo José Sarney (1985–1989)
- Restabelecimento das eleições diretas para presidente e prefeitos de capitais;
- Direito de voto estendido aos analfabetos;
- Legalização de partidos clandestinos (ex: Partido Comunista);
- Reabilitação de lideranças sindicais cassadas;
- Plano Cruzado (1986): tentativa de conter a inflação;
- Constituinte de 1988.
Governo Fernando Collor (1990–1992)
- Confisco das poupanças;
- Denúncias de corrupção;
- Processo de impeachment;
- Vice-presidente Itamar Franco assume.
Governo Itamar Franco (1992–1994)
- Plebiscito de 1993 confirma o presidencialismo como regime político;
- Crises entre os três poderes;
- Revisão constitucional prevista em 1988 começou em 1993 e foi limitada;
- Redução do mandato presidencial para quatro anos;
- Fernando Henrique Cardoso é chamado para o Ministério da Fazenda e cria o Plano Real:
- URV (Unidade Real de Valor) como transição para nova moeda;
- Controle da inflação com paridade do real ao dólar.
Governo Fernando Henrique Cardoso (1995–2002)
- Retirada do Estado das atividades empresariais;
- Redução de privilégios do funcionalismo;
- Busca de equilíbrio fiscal;
- Estímulo criterioso à iniciativa privada;
- Abertura ao mercado internacional, com foco no Mercosul.

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