Cortesia Cristã: Honrando o Próprio Deus no Outro

A cortesia cristã decorre da vida de fé da pessoa e assim entrelaçada de virtudes cristãs influencia o trato com os outros, consigo mesma e a forma como se trabalha e convive. 

A cortesia cristã é caracterizada como um comportamento honesto e regulado, manifestado em palavras e ações exteriores, que provém de sentimentos de modéstia, respeito, união e caridade para com o próximo, ao mesmo tempo em que considera os lugares e as pessoas específicas envolvidas na interação.

Alguns aspetos da Cortesia Cristã

Motivação e Propósito Divino

Ao contrário da cortesia puramente humana, a Cortesia Cristã deve ser animada pelo espírito de Jesus Cristo, tornando todas as ações santas e agradáveis a Deus. Pais e educadores têm a obrigação particular de ensinar essas regras às crianças, enfatizando motivos puramente cristãos que se referem à glória de Deus e à salvação, em vez de preocupações mundanas como evitar censura ou buscar estima. As ações devem ser motivadas pelo respeito à presença de Deus e pela manifestação de boa vontade, honra e respeito pelos outros como "membros de Jesus Cristo". Honrar o próximo desta forma é visto como honrar o próprio Deus. Essa ênfase na intenção divina é o que distingue a Cortesia Cristã da cortesia puramente mundana e "quase pagã". Os primeiros cristãos teriam sido reconhecidos por sua modéstia exterior e conduta honesta.

Adaptabilidade e Contexto

A aplicação da cortesia não é rígida, mas adapta-se aos tempos e costumes de diferentes países e nações. O que pode ser considerado inconveniente num lugar pode ser cortês noutro. Além disso, o comportamento deve diferir com base no local específico (por exemplo, a casa de um Rei versus uma casa particular) e no respeito à hierarquias sociais, como respeito aos pais, e aos mais velhos, por exemplo.

Virtudes e Manifestações Fundamentais

A Cortesia Cristã abrange várias virtudes e é expressa através de:

Modéstia e Humildade: Isso se reflete na postura e na atitude de todo o corpo, evitando afetação ou negligência excessiva. Embora um cristão, sendo "de alta linhagem" como filho de Deus, deva ter um ar de "elevação e grandeza" relacionado à majestade de Deus, isso não deve vir da auto-estima ou da preferência por si mesmo em relação aos outros. Ou seja, não devemos nos deixar levar por sentimentos de inferioridade, não importa a posição social que ocupemos, todos temos a mesma dignidade de filhos de Deus. Se sentimos culpa tóxica ou outros sentimentos negativos que nos tolhem da plena realização que Deus deseja para nós, devemos considerar isso algo a ser curado, talvez com ajuda de psicanalistas, por exemplo, mas jamais confundir esse tolhimento com humildade. Em vez disso, deve envolver mostrar honra e respeito a todos como filhos de Deus e irmãos de Jesus Cristo, enquanto se humilha continuamente como um pecador. Isso também se estende a não se gabar ou procurar auto-elogio.

Asseio: Manter a limpeza do corpo é considerado um sinal exterior e sensível da pureza da alma. Da mesma forma, a negligência no vestuário é vista como uma falta de atenção à presença de Deus e desrespeito ao próprio corpo como um "Templo animado pelo Espírito Santo". Pessoas que acreditam que podem ficar sem tomar banho, usar roupas sujas ou circular por mercados suados de ginástica demonstram desrespeito aos demais, a si mesmo e a Deus. Do mesmo modo, donas de casa muito relaxadas na aparência desonram o lar colaborando com seu desleixo para a desarmonia no lar. Saiba mais sobre Os Males da Preguiça neste e-book da série Malum.

Discurso e Comunicação: As palavras devem ser verdadeiras e sinceras, refletindo o conselho de São Paulo e a sabedoria do Sábio, que consideram a mentira uma "mancha vergonhosa". A fala também deve ser respeitosa com Deus e caridosa com o próximo, evitando profanidade, blasfêmia, palavras desonestas, fofocas, detração e linguagem ofensiva. Deve ser necessária, útil, prudente e discreta, evitando conversas insensatas, frívolas ou inúteis.

Paciência e Perdão: Um cristão é aconselhado a suportar as injúrias com paciência e a seguir o ensinamento de Jesus Cristo de perdoar os inimigos e fazer o bem a eles.

Caridade, Bom Propósito e União nas Visitas: A cortesia cristã orienta as interelações pessoais, como ocasião de mostrar respeito, manter a união e a caridade. As visitas de Jesus Cristo serviram de modelo, motivadas por converter almas, ressuscitar os mortos, curar os doentes ou demonstrar amizade e boa vontade. Veja aqui como, por exemplo, transformar conversas do dia a dia em ocasiões de prestar apoio aos demais. A ciência demonstra como podemos "emprestar" aos outros sentimentos que os ajudam a se recuperar por envolvê-los em caridade, por isso é importante responder com caridade. Não é cristão "regular" os outros julgando-os, criticando e medindo o valor dos outros ao nosso bel prazer.

Em essência, a Cortesia Cristã é uma forma de vida holística onde cada ação e interação externa é imbuída de virtudes e motivações cristãs internas, refletindo a fé e o amor a Deus e ao próximo.




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