Meus netinhos do coração,
Hoje a vovó quer contar uma história que me faz pensar muito sobre como às vezes a gente se esquece que somos todos irmãos nesse mundão de Deus. Aconteceu com um poeta que estava tendo um dia tão bonito, desses que enchem nosso coração de alegria! Ele tinha saído para passear no campo, sabe? Estava curtindo aquele ventinho gostoso, o canto dos passarinhos, o cheirinho de mato fresco...
Ah, como a natureza é um presente divino, não é mesmo? Aliás, como vocês sabem, a natureza é uma das provas da existência de Deus.
O poeta estava tão feliz que resolveu fazer um piquenique ali mesmo, debaixo de uma árvore fresquinha. Depois de comer, ele deixou um pedaço de pão ali - talvez pensando nos passarinhos, ou talvez só distraído com tanta beleza ao redor.
Mas aí, meus amores, aconteceu uma coisa que partiu o coração dele - e parte o da vovó só de contar. Um menininho muito pobrezinho, desses que a vida ainda não tinha sido generosa, viu o pão e correu para pegá-lo. Mas logo apareceu outro menino, tão pobrezinho quanto o primeiro, e quis tomar o pão do primeiro. Ai, meu Deus! Os dois começaram a brigar, a rolar pelo chão, e sabem o que aconteceu com o pão? Foi se desmanchando todo na briga, até virar farelos que o vento levou.
A vovó sempre fica com um nó na garganta nessa parte... Porque vejam só: se aqueles meninos tivessem lembrado que são irmãos - não de sangue, mas irmãos em Cristo, filhos do nosso mesmo Pai, seu e meu que é Deus - eles poderiam ter dividido o pão. O poeta até disse que teria dado mais pão se eles tivessem pedido! E a briga destruiu não só o alimento, como também aquele momento tão bonito de paz, porque nos faz lembrar de todas essas guerras horríveis que não deveriam existir.
Sabe, meus netinhos, às vezes a gente briga por coisas que poderiam ser divididas. A gente esquece que Deus nos deu um coração grande justamente para sabermos compartilhar. Quando brigamos com nossos irmãos - seja nosso irmão de sangue ou qualquer outra pessoa, porque no fundo somos todos irmãos - estamos machucando não só o outro, mas também a nós mesmos.
A vovó sempre diz: um pedacinho de pão dividido com amor alimenta mais que um pão inteiro conquistado na briga. Porque quando a gente divide, não está distribuindo só o alimento - está distribuindo amor, carinho, consideração. E essas coisas, meus amores, quanto mais a gente divide, mais elas se multiplicam!
Quando vocês se virem numa situação em que dá vontade de brigar por alguma coisa, parem um pouquinho e pensem: será que não dá para dividir? Será que, conversando com carinho, a gente não consegue encontrar um jeito de todo mundo ficar feliz? Às vezes, só de lembrar que somos todos filhos de Deus, que somos todos irmãos nessa grande família que é a humanidade, nosso coração já amolece e encontra um caminho de paz.
E tem mais uma coisa importante: às vezes, quando a gente briga, acaba estragando não só o que estava disputando, mas também momentos preciosos que poderiam ser de alegria e união. É como aquele pão da história - na briga, ninguém aproveitou, e ainda por cima estragou aquele momento tão bonito na natureza.
Por isso, meus amores, vamos sempre tentar dividir, compartilhar, pensar no outro como nosso irmão. Porque no final das contas, o que deixa a vida mais rica não é ter mais que os outros - é saber dividir o que temos com amor. E claro, lutar por um mundo mais justo, sem guerras e onde todos tenham seu pão, mas isso é para outra história...
E lembrem-se sempre: Deus sorri quando vê seus filhos compartilhando com carinho, como verdadeiros irmãos que somos!
Com todo o amor do mundo,
Vovó Lillo
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Texto desenvolvido relembrando o carinho cotidiano da vovó Lillo e do vovô Xuxu (in memoriam), meus pais com edição do Claude (Anthropic), inspirado no conto 'O Bolo' do livro " Spleen de Paris" de Charles Baudelaire.
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