Integridade

A Importância da Integridade para Aristóteles e São Tomás de Aquino

Tanto Aristóteles quanto São Tomás de Aquino consideram a integridade fundamental para seus sistemas de ética, embora com abordagens bem diferentes.

A Visão de Aristóteles

Para Aristóteles, a integridade está ligada diretamente à ideia de virtude. No seu livro "Ética à Nicômaco", ele defende que a integridade não é uma virtude isolada, mas sim o resultado da atuação harmoniosa de todas as virtudes juntas. Para Aristóteles, a integridade não é apenas uma questão de agir de acordo com valores, mas sim um ingrediente fundamental para alcançar a eudaimonia, a felicidade genuína. Ao viver de forma íntegra, o indivíduo harmoniza suas ações com suas virtudes, construindo um caráter virtuoso que o conduz à realização plena. Essa vida virtuosa, permeada pela integridade, é a chave para alcançar a felicidade verdadeira e duradoura.

Aqui entram alguns conceitos importantes:

Meio-termo Dourado: Aristóteles propõe o "meio-termo dourado" como base para a ética. A integridade, nesse contexto, significa encontrar o equilíbrio entre o excesso e a falta de algo em nossas ações e emoções.

Phronesis (Sabedoria Prática): Para Aristóteles, a integridade requer sabedoria prática (phronesis). Essa virtude permite que as pessoas tomem decisões sensatas baseadas em valores morais. A sabedoria prática é crucial para determinar o "meio-termo" específico de cada virtude, conduzindo assim à integridade.

Eudaimonia (Felicidade): Para Aristóteles, o objetivo final da vida humana é a eudaimonia, geralmente traduzida como felicidade ou florescimento. A integridade, como a aplicação consistente de virtudes guiadas pela sabedoria prática, é essencial para alcançar a eudaimonia.

A Visão de São Tomás de Aquino

São Tomás de Aquino (1225-1274 d.C.) integra a filosofia de Aristóteles com a teologia cristã em sua obra "Suma Teológica". Para ele, a integridade é tanto uma virtude natural, derivada da ética aristotélica, quanto uma virtude sobrenatural concedida pela graça de Deus. São Tomás de Aquino, por sua vez, eleva a integridade a um plano ainda mais elevado. Para ele, a integridade não se limita apenas à felicidade terrena, mas nos aproxima da Visão Beatífica, a união direta e intuitiva com Deus. Através da vida virtuosa, guiada pela integridade, o indivíduo se prepara para esse encontro divino, alcançando a mais alta forma de realização humana.

Alguns pontos importantes na visão de Aquino

Virtudes Morais e Intelectuais: Aquino expande as virtudes de Aristóteles, distinguindo entre virtudes morais (que aperfeiçoam a vontade) e virtudes intelectuais (que aperfeiçoam o intelecto). A integridade envolve o aperfeiçoamento de ambas, permitindo que as pessoas ajam corretamente e compreendam a lei moral.

Virtudes Cardeais: Aquino enfatiza as quatro virtudes cardeais herdadas de Aristóteles: prudência, justiça, fortaleza e temperança. A integridade é vista como a interação dessas virtudes, com a prudência (razão correta em ação) desempenhando um papel fundamental em direcionar as outras virtudes para o bem comum.

Fim Último e Visão Beatífica: Diferente da eudaimonia de Aristóteles, Aquino considera que o objetivo final da vida humana é a Visão Beatífica - o conhecimento direto e intuitivo de Deus. A integridade, ao conduzir a uma vida virtuosa, prepara a pessoa para essa comunhão final com Deus.

Virtudes Infusas e Graça: Aquino introduz o conceito de virtudes infusas, como fé, esperança e caridade, que são concedidas por Deus e essenciais para a salvação. A integridade, na visão de Aquino, envolve tanto o exercício natural das virtudes quanto a ajuda sobrenatural da graça.

Conclusão

Apesar das diferenças de abordagem, ambos os filósofos colocam a integridade no centro de seus sistemas éticos. Aristóteles a vê como resultado de uma vida equilibrada e virtuosa em busca da felicidade, enquanto Aquino a considera parte da busca pela virtude moral e da união final com Deus. Através de suas perspectivas, a integridade emerge como um conceito multifacetado que abrange a tomada de decisões morais, a busca pela boa vida e a preparação para um destino divino.

Integridade em Termos Práticos: Ser quem você é, por dentro e por fora

Cansado de fingir ser alguém que você não é? Porque a falta de integridade realmente cansa e perturba.

A integridade é a chave para a vida autêntica e gratificante. Significa ser fiel a seus valores mesmo quando isso seja difícil ou impopular.

Pontos Práticos

  1. Seja honesto: Diga a verdade, mesmo quando for difícil. Seja honesto consigo mesmo e com os outros.
  2. Seja justo: Trate todos com respeito, independentemente de quem sejam ou do que façam.
  3. Seja responsável: Assuma o controle de suas ações e suas consequências.
  4. Seja corajoso: Defenda o que você acredita, mesmo quando for difícil.
  5. Seja autêntico: Expresse suas qualidades fazendo o que deve bem feito, por retas intenções e como se fosse uma oração que você vai entregar para Deus.

No trabalho

Não faça fofoca, não aceite propina, faça seu trabalho com honestidade e empenho.

Em casa 

Seja um bom exemplo para seus filhos, cumpra suas promessas, seja honesto com seu parceiro. Não seja folgado e abusado só porque seus pais ou seus avós de amam. 

Na comunidade

Seja um bom cidadão, lute pela justiça, ajude os outros.

Lembre-se:

A integridade é uma escolha.

Você sempre pode escolher ser íntegro.


Dicas para ser mais íntegro

  1. Defina seus valores: O que é importante para você? No que você acredita?
  2. Seja consciente de suas ações: Pense no que você está fazendo e por que está fazendo.
  3. Seja autêntico: Seja você mesmo, mesmo que isso seja diferente do que os outros esperam.
  4. Assuma a responsabilidade: Seja responsável por suas ações e suas consequências.
  5. Seja corajoso: Defenda o que você acredita, mesmo quando for difícil.

A integridade é a chave para uma vida autêntica, gratificante e significativa. 

A Honestidade como Base da Integridade: Alicerçando a Verdade com Ações Coerentes

A  integridade entra em cena, como a ponte que liga a honestidade à realidade. A honestidade sem integridade é como uma casa sem alicerces: pode parecer bonita por fora, mas não resiste às intempéries da vida. A integridade, por outro lado, dá solidez à honestidade, construindo uma base firme para uma vida autêntica e ética.

Juntas, honestidade e integridade formam um ciclo virtuoso:

Honestidade gera confiança: Quando as pessoas sabem que você é honesto, elas confiam em você.

A confiança gera integridade: Quando você tem a confiança das pessoas, você se sente mais responsável por agir de forma íntegra.

A integridade gera honestidade: Quando você age de forma íntegra, você se torna mais honesto consigo mesmo e com os outros.

Conclusão

Aristóteles: A integridade nos leva à felicidade genuína.  
São Tomás de Aquino: A integridade nos aproxima da união com Deus.

A integridade, portanto, é um caminho que nos conduz não apenas a uma vida melhor aqui na terra, mas também à realização plena do nosso potencial humano, seja na busca pela felicidade aristotélica ou na união com Deus preconizada por São Tomás de Aquino.

A honestidade e a integridade são duas faces da mesma moeda. Ambas são essenciais para construir uma vida autêntica, ética e feliz. Cultivando a honestidade e a integridade em todos os aspectos da sua vida, você estará construindo um futuro mais brilhante para si mesmo e para os que o rodeiam.

A integridade é uma virtude que vale a pena cultivar. Ela te tornará uma pessoa melhor, te ajudará a construir relacionamentos mais fortes e fará a diferença no mundo.

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